Carta para um futuro amigo

Amigo,

Se eu tiver que te dizer algo, te direi: me dê uma caipirinha de cachaça e eu abro todos os meus sentimentos à você, sem culpas e sem meias palavras.

Se você me der mais algumas cervejas então, vai ter toda a minha sinceridade e, (in)felizmente, meu pragmatismo.
Sabe qual é a real? Eu te adorei! Você é um cara super inteligente, que de fato SENTE as emoções, ao invés de passar por cima de todas elas, como há muito tempo eu procurava. Sabe o que é ruim? After all, eu estou convencida de que não combinamos. Posso estar muito animada para te conhecer do começo ao fim, posso estar disposta a me doar, e pode ser que um dia você esteja na mesma sintonia, mas hoje não.

Hoje você não quer isso, hoje você não tem isso para dar. Hoje, sinceramente, você mal sabe o que quer. Pode ser uma diferença de maturidade (sem ofensas), mas o fato é que hoje você sequer sabe para onde ir. E, sinceramente, enquanto não souber, não posso passar o meu tempo com você. Não vou chamar de tempo perdido, porque nenhum tempo é perdido, mas enquanto eu aceitar essa indefinição eu deixo de ter qualquer tipo de definição na minha vida. Eu tenho certeza que você, homem inteligente que é, sabe do que estou falando.

Mas nada está perdido: podemos ser grandes amigos. Sim, vai ser estranho no começo, a vontade da entrega vai me perturbar, depois, no futuro, talvez me incomode ouvir sobre os seus amores… Pode ser algo difícil para você também. Mas você precisa desse tempo (que fique claro – não eu). Precisa descobrir quem você é, resolver seus assuntos inacabados e encontrar o seu caminho. E um dia essa fase vai se finalizar e você vai precisar de outras coisas, as quais eu tenho para dar e procuro agora. Mas não se preocupe, nesse momento várias garotas também terão o mesmo objetivo que você e eu vou estar ao seu lado, ajudando no que você precisar.

Essa situação me faz lembrar a célebre frase “tudo o que poderia ter sido e não foi”. E é isso mesmo. Não é a vida uma combinação inexplicável de encontros e desencontros? Talvez, com um pouco mais de sintonia, um pouco mais de alma e um pouco menos de razão, poderíamos ter dado certo agora. Acho, sinceramente, que poderia ter te amado como amante. Hoje sinto um amor sadio, daqueles que surgem imediatamente pelas pessoas que conhecemos e conseguem nos tocar com profundidade em pouco tempo. Mas em algum momento, vou te amar como um grande amigo. Um irmão. E ficarei contente se for recíproco.

Esse amor ainda é amor, é incondicional, e vou tê-lo sempre para dedicar a você. Sempre! Seja feliz.

Te amo!

Beijos, Bruna.

P.S.1: Pena que estamos nessa diferença de momentos. Pena. 💔
P.S.2: Deus queira que eu esteja errada. Deus queira. Mal ele sabe o quanto eu própria queria.

Eu só queria que você soubesse…

Eu só queria que você soubesse que eu senti a sua falta.

Eu só queria que você soubesse que me sinto bem ao seu lado.

Eu só queria que você soubesse que não me sentia assim há muito tempo, e as coisas que fizemos juntos só aconteceram porque era você.

Eu só queria que você soubesse que não me importa o que você faz ou o que você tem. Para mim, só importa quem você É.

Eu só queria que você soubesse que às vezes parece que a minha admiração por você é maior do que a sua por você mesmo.

Eu só queria que você soubesse que desejo o seu sucesso.

Eu só queria que você soubesse que eu não quero que você abra mão das suas coisas por mim… Nem as pequenas, as saídas com os amigos, nem as grandes. Pelo contrário, quero que seja feliz, completo, cresça e conquiste o mundo.

Eu só queria que você soubesse que podemos crescer juntos. Tenho muito a aprender ao seu lado… E sei que posso te ensinar outras tantas coisas também.

Eu só queria que você soubesse que essa falta de comunicação me mata aos poucos. Lentamente. Diariamente. Infelizmente.

Eu só queria que você soubesse que eu senti a sua falta.

Me deixa entrar.

Deixa ela entrar *

Deixa ela se sentar na beirada da tua cama e te acordar de surpresa – pra morrer de susto e minimizar esse teu medo de aproximação. Deixa ela pender dum balanço, com as mãos pro alto e com os olhos fechados, sentindo a brisa da insegurança na cara e no corpo enquanto você se mobiliza pra não deixá-la cair. Entende o que é carinho e cuidado, rapaz.

Deixa ela mudar as tuas coisas de lugar pra você pedir desculpas depois do ataque de raiva e perceber que viver sozinho não tinha essa incerteza toda, esses nervos à flor da pele dela que varam a casa com um perfume. Mesmo não admitindo que seu olfato ainda não se adaptou. Estranha tudo nela, moço. Estranha as calças, as cores, as provas de roupa demoradas, a ternura por programas infantis e se agarra nisso pra não cair num sofá de sala sozinho com pizza e cerveja na mão. Cai com ela e se suja todo de gordura e calabresa pra descobrir que a pizza vem fatiada por alguma razão.

Deixa ela escolher o cinema, o horário e a sessão e fica nervoso com o atraso dela. Pensa que ela não gostou de você e que foi uma péssima ideia ter saído de casa, ter saído na chuva, ter saído com ela porque ela nem era tanta coisa assim ou era muita areia pro seu caminhãozinho e calma que ela já chegou. Vai me dizer que essa menina não te tira sorriso nenhum? Nega pra mim, porque pra ela já não cola mais. Que ela não te faz tremer um pouco ou bater a perna irritantemente num ritmo desacelerado por baixo da mesa do bar. E as tuas mãos ficam suadas durante o filme e você esbarra nela sem saber se pega nas mãos dela ou não. Pro beijo foi fácil e o pulo da intimidade de segurar as mãos dela, de envolvê-la nos dedos, nos laços e numa ternura só é que fica difícil. Você não ousa desafiar a tua memória e se esquecer de todas as rejeições, o tanto de não e talvez de quem partiu e te partiu ao meio?

Deixa ela entrar e se esquece de quem já foi. Deixa ela mostrar que ninguém no mundo é igual e que elas, as outras, é que te perderam. Deixa esse teu receio machucado de lado e encara a menina nos olhos, sem casca, sem porém, sem esse papo de não querer nada sério, não querer viver em stereo porque o mute traz mais calma. Confessa que faz bem cuidar e ser cuidado por alguém, mesmo que das outras vezes o cuidado tenha acabado com uns ferimentos profundos a ferro e brasa. E larga essas tabelas do Excel, esses teus cálculos precisos demais sobre afastamento e quilometragem, essas justificativas esfarrapadas que se resumem a medo. Deixa ela entrar e jogar os teus papéis pro alto. Ou se deixa levar por esse vazio que cutuca, aperta, irrita e nunca se justifica, e que você nega – mesmo sentindo – que sente.

* Deixa ela entrar é um texto do Daniel Bovolento, do Entre Todas as Coisas, que li há algum tempo e senti que era a finalização perfeita para esse contexto.

Já as minhas palavras escrevi dias atrás, perdi o timing para publicar, os meus sentimentos mudaram e o assunto ficou fora de contexto, mas não vou deixar de compartilhar e me expressar.

Provavelmente, hoje eu não teria tanto coração para colocar nesse texto. Mas uma coisa não mudou: para mim, só importa quem você É.

A fidelidade

Nos últimos tempos venho pensando bastante sobre fidelidade. Por diversos motivos, bem diferentes uns dos outros, esse assunto tem ido e voltado na minha cabeça. Talvez isso tenha acontecido só para eu definir qual é o meu conceito de fidelidade. Parece que é simples, parece um conceito universal, mas tenho certeza que não é (mais sobre isso em algum outro texto no futuro).

Bem… Tudo sempre começa com a fidelidade no amor, nos relacionamentos, não é? Acho que esse é o tipo de fidelidade ao qual mais estamos acostumados, o mais discutido, até mesmo o mais presente nas nossas vidas. Mas estou convencida de que estamos cercados por uma série de outras “fidelidadezinhas” não menos importantes, mas menos percebidas.

Quando comecei a pensar no conceito, o ponto de partida foi “ser fiel é manter exclusividade no relacionamento com alguém” (sim, eu ainda estava um pouco presa ao aspecto amoroso). Divaguei muito nessa definição. Meus pensamentos foram longe, as possibilidades foram se abrindo… Logo percebi que não há limitação a relacionamentos: podemos ser fiéis a um esporte, a um hobby, aos amigos, a um campo de estudo, a uma religião, a uma marca, a um empregador, a uma atividade… Enfim, a praticamente qualquer coisa. Então, a exclusividade não é necessariamente parte da fidelidade. Afinal, posso ser fiel a vários amigos, a mais de uma marca – até dentro do mesmo ramo, a várias atividades… Ok, vamos separar as coisas: passei a aceitar que a exclusividade está na minha definição de amor “romântico”, e não de fidelidade.

Na sequência, tentei adaptar aquele ponto de partida. Não deu certo. Não tinha adaptação que funcionasse ali. Tive que ir mais adiante para encontrar uma nova definição. Recomecei do rabisco. O que mais faz parte da fidelidade? Bom, quando sou fiel eu sou sincera, verdadeira. De fato, não há como ser fiel sem transparência. Quem é fiel a algo que não lhe agrada? Existe também um fator importante de constância aí, não é? Coisas agradáveis surgem e saem das nossas vidas todos os dias e não tem esse efeito de fidelidade, certo? Então vamos tentar novamente: “fidelidade é ser verdadeiro e constante com as pessoas/coisas que nos agradam”. Opa! Agora eu gostei mais. Agora estamos evoluindo!

Então… Já que temos algo próximo de uma definição – importante dizer que não é imutável – o que nos faz fiéis? De tudo o que pensei sobre esse assunto, essa foi a resposta mais rápida. Ela foi tão instantânea que provavelmente já estava em mim: é a satisfação. Pode parecer óbvio, mas tenho certeza que algumas pessoas pensam que a fidelidade está associada à crenças, valores, ética… Mas quando a insatisfação surge, não há nada que limite a mente de pensar em como tudo seria melhor se fosse diferente. Se o hobby mudasse, se o empregador fosse o concorrente, se a marca fosse melhor, se o parceiro fosse outro… E quando esses questionamentos começam, não tem mais volta. Eles vão te assombrar dia após dia, até que o cenário mude (ou até que você tome uma decisão e o mude por si mesmo).

E é aqui que faço um contraponto (posso voltar para os relacionamentos já?). O contrário também pode acontecer. Que contrário? Você está satisfeito, constante e verdadeiro o suficiente em uma relação, e então a fidelidade aparece. Pode não ser amor ainda, mas ela está ali. Pode ser um relacionamento sem rótulos ainda, mas ela está ali. Você não tem vontade de procurar outro(s) parceiro(s), porque já tem um que te satisfaz em quaisquer que sejam os fatores importantes para você (ou pelo menos parte deles).

Posso admitir então que esse foi o maior motivo que me levou a esse assunto. Pensava sobre tipos de relacionamento e foquei nos casos em que a intensidade não é a mesma, por exemplo: uma parte quer pouco ou nenhum compromisso (apesar de eventualmente haver algum tipo de sentimento) e a outra está mais envolvida com a situação, provavelmente interessada em maior seriedade. A chance de conflito é muito grande, pois o lado menos engajado pode não ter um compromisso com a fidelidade, mas se o lado mais comprometido estiver satisfeito, será fiel. E isso possivelmente impedirá que a pessoa que tem desejo de assumir um relacionamento conheça outras com o mesmo perfil e alcance seu objetivo. Complicado… Rende outro post, né não?

Mas no final, sabem o que é melhor? Ainda vou pensar muitas vezes nesse assunto, vou reformular a definição, divagar além desses limites… E vou adorar! 😉

Você vai ser meu próximo acerto

Não sei se gosto do nome que registrei para esse blog, também não sei se vou usá-lo com frequência… Mas hoje li um texto lindo, de uma pessoa que certamente está em uma fase da vida diferente da minha, e achei que vale a pena compartilhar.

Na verdade, quando li não me identifiquei, mas reconheço a sua beleza e ousadia. Não é fácil abrir o coração e sentimentos publicamente. Mais do que isso: achei a estrutura original muito boa, e logo surgiu a vontade de fazer uma adaptação para a minha realidade. Por que não, né?

O texto original é esse: Você Vai Ser Meu Próximo Erro.

A minha versão dele é: Você Vai Ser Meu Próximo Acerto.

Curti suas fotos e posts no facebook para deixar claro desde o início o que eu quero com você: te desvendar. Sem superficialidade, não se engane, o que eu quero é conhecer você a fundo. Eu já amei um cara, nós fizemos escolhas ruins e nem por isso desisti de me apaixonar por alguém.

Eu nunca me dediquei muito a conhecer gente nova, mas gosto disso e algo me diz que você pode ser o meu próximo acerto. O timbre da sua voz, a forma com que você compartilha coisas do seu dia e da sua vida… O jeito com que manipula cada palavra para que ela se torne inesquecível para mim.

Você se distrai nos seus próprios devaneios mas tudo que eu consigo pensar é: você não consegue se distrair só depois de me contar… quão envolvido você está? E eu sigo alimentando essa história mesmo com a dúvida se vai durar alguma coisa porquê… O que me sobraria se eu não tivesse isso? O que me sobraria se eu não tivesse ninguém para lembrar quando colocasse a cabeça no travesseiro?

São 08h20 da manhã e eu senti a sua falta, pensei em te dizer na noite passada que isso aconteceria, mas não tive coragem. Também deixei de falar coisas que sinto e perguntar outras que quero saber, mesmo que sutilmente, pois tive receio de invadir o seu espaço. Ainda assim fico aqui, criando novas expectativas, acreditando que amanhã ou depois será o momento certo e então vou poder te desvendar.

Senti a sua falta, e um dia vou te dizer. Porque eu já amei um cara, nós fizemos escolhas ruins e nem por isso desisti de me apaixonar por alguém.